Apesar do crescimento do número de downloads, categoria enfrenta dificuldades para reter usuários e ainda é o mais afetado por fraudes em anúncios, segundo relatório da Liftoff
As chamadas “estações de compra” já não são mais tão determinantes para os negócios, mas tiveram sua importância ressignificada com diversificação de canais de venda. Para 2019, a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) prevê crescimento de 18% no faturamento do e-commerce durante a Black Friday. Ao mesmo tempo, a cada ano cresce o protagonismo do mobile no varejo.
O último Relatório de Tendências de Apps para Dispositivos Móveis, da Liftoff, revela que já foram feitos 143 bilhões de downloads em 2019, o que representa US$ 120 bilhões em gastos nas lojas de apps. Os de Jogos e Entretenimento ainda são os mais baixados, porém a cada ano cresce a utilização dos de Compras, que se tornaram um caminho mais fácil para o consumidor.
No Brasil, que aparece no ranking do maior número de downloads apenas abaixo de Índia e EUA, os apps de Compras representam grande parcela do total de aplicativos baixados. Conforme recente pesquisa do Google, quase 60% dos e-shoppers brasileiros já realizaram compras por esse canal. Nas semanas que antecedem a Black Friday, conforme a AppAnnie, os downloads aumentam 27%, quase quatro vezes mais que na própria semana de ofertas (7%).
Por outro lado, segundo o levantamento da Liftoff, 27% dos usuários de apps de Compras registram-se, mas não concluem o pagamento. Isso acontece porque os aplicativos de Compras, assim como os de Jogos, levam mais tempo para preparar o usuário para fechar o negócio, ao contrário dos de Finanças e Relacionamento, por exemplo, que consumidores baixam com alguma intenção específica. No Brasil, por exemplo, fazer com que o usuário instale o aplicativo custa US$ 0,50. Em torno de 10 vezes menos do que o Japão, país em que o valor que um aplicativo gasta para conseguir com que um usuário faça download é de US$ 5,15.
“O Brasil tem como característica o aumento nos downloads impulsionado por novos usuários, devido à entrada de novos dispositivos no mercado e de uma demanda reprimida por aplicativos de todos os tipos”, diz Antonio Affonseca, diretor de vendas da Liftoff no Brasil. Isso faz com que o Brasil seja um dos países com usuários menos leais aos aplicativos que baixa. Em 30 dias, apenas 2,5% dos usuários continuam utilizando um app, por exemplo.
Por fim, o relatório também destaca um grande desafio para profissionais de marketing de aplicativos, as fraudes em anúncios, que custam bilhões de dólares às empresas. O comércio eletrônico é hoje o segmento que corre o maior risco, já que responde por quase um terço (30,76%) das instalações fraudulentas de apps rejeitadas.
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