Quase oito meses após o leilão do 5G, a tecnologia chegou no Brasil, especificamente em Brasília (DF), após liberação recente da Anatel. Aos poucos, a tecnologia deve começar a figurar em outras capitais até 29 de setembro, prazo estipulado pelo Conselho Diretor da Anatel. Estudos da Accenture mostram como a implementação da tecnologia desencadeia uma revolução em produtos, serviços, modelos de negócios e experiências. Isso será traduzido em enormes impactos para diferentes setores no Brasil, como Químico e Recursos Naturais, e na indústria automotiva, detalhados em estudos recentes.
As pesquisas da empresa mostram que mais de 50% dos executivos consideram que combinar o 5G com tecnologias de ponta, tais como IA, machine learning, nuvem, Edge Computing e IoT, é essencial para acelerar o desempenho dos negócios.
A Accenture também fez pesquisas recentes sobre o impacto potencial do 5G em mercados onde o leilão já havia acontecido e havia maturidade para um estudo mais preciso. Nesse contexto, foi conduzida a análise para EUA e Europa.
O impacto do 5G no mundo é grande em diferentes setores, segundo dados da Accenture:
- Na Europa, o 5G vai gerar um incremento de mais de € 2 trilhões em vendas entre 2021 e 2025, e ainda agregará € 1 trilhão ao PIB.
- Nos Estados Unidos, o crescimento com o 5G será de mais de US$ 2,7 trilhões em vendas, enquanto o PIB terá acréscimo de US$ 1,5 trilhão nesse período. Em relação ao nível de emprego, só nos EUA, o 5G tem potencial para criar 16 milhões de empregos em todos os setores da economia.
- Ainda, serão gerados 2,8x mais empregos nos EUA. Para cada cargo, serão gerados 1,8 novos cargos na economia.
- 2,5x – mais crescimento de receita para os primeiros a adotar o 5G durante a crise
- >50% – dos executivos consideram combinar 5G, AI/ML, cloud e IoT para acelerar o desempenho dos negócios.
O potencial do 5G na indústria
Melhora:
• A capacidade de dados da rede sem fio da planta.
• A capacidade de dispositivos conectados por ponto de acesso sem fio.
• O 5G fornece conectividade para um grande número de sensores e atuadores integrados a sistemas autônomos.
• A capacidade de dispositivos conectados por ponto de acesso sem fio.
• A capacidade da rede de transportar dados continuamente.
Habilita:
• O suporte ao controle de várias plantas operacionais a partir de um site de controle central, virtualizando a rede e processando a borda.
• A expansão e a flexibilidade da operação com uma solução sincronizada entre ambiente físico e digital (digital twins).
• A transmissão e análise em tempo real de conjuntos de big data.
• A capacidade de transmissão de grande quantidade de dados e resposta rápida para a manutenção e a qualidade preditiva.
• O suporte ao controle de robôs e veículos automatizados (AGV) com resposta de baixa latência – ou seja, menor tempo de resposta.
• A baixa latência e a resposta instantânea aos dispositivos de fones de ouvido e AR/VR (realidade aumentada e virtual), até em áreas distintas.
• A capacidade de transmissão para grandes conjuntos de dados e baixa latência para análise em tempo real.
• Instruções de trabalho em tempo real e treinamentos conforme a necessidade.
• Tracking dos operadores em tempo real.
• A transmissão de dados em tempo real e análise de conjuntos de big data para melhorias no produto/processo que atendam às necessidades dos clientes.
• Análise, autocorreção, otimização da produção e redução de custos com uso de big data e analytics.
Avanços da tecnologia:
2G – Voz e SMS — Conectando humanos
3G – Era dos smartphones: dados e apps — Conectando humanos
4G – Surgem os dispositivos conectados — Conectando humanos + dispositivos
5G – Enorme investimento de capital e complexidade na implementação de ativos de fibra e conectividade – Conectando “o mundo” (humano-humano, máquina-máquina, humano-máquina, máquina-humano).
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Processo de certificação
Para a tecnologia 5G chegar nas mãos dos consumidores de Brasília, e das demais capitais, os aparelhos eletrônicos precisam ser testados por laboratórios e certificados por organismos de certificação acreditados pela Coordenação Geral de Acreditação (Cgcre) do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e designados pela Anatel. Desde 2021, quando a Anatel publicou os requisitos técnicos de avaliação da conformidade para o 5G, os laboratórios e certificadoras que atuavam com 4G foram designados para trabalhar com a nova tecnologia. Atualmente, três laboratórios e dezessete certificadoras estão aptos para fazer o processo.
“Para que a tecnologia 5G tenha efetividade é necessário que os aparelhos sejam compatíveis com a nova frequência e com os novos protocolos. Os laboratórios e certificadoras credenciadas pela Anatel testam e avaliam itens como compatibilidade eletromagnética, segurança elétrica oferecida ao usuário e suas características na emissão de rádio frequência que possam ser absorvidas pelo corpo humano durante a utilização dos dispositivos”, explica o vice-presidente de Telecomunicações da Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac), Leonardo Tozzi Pinheiro.
O fabricante local seleciona um Organismo de Certificação Designado (OCD) e fornece as informações técnicas sobre o produto analisado para serem determinados os padrões e ensaios aplicáveis. Na sequência, escolhe-se o laboratório que fará os testes, que executa os ensaios e emite seu relatório. Este é analisado pela certificadora que, em caso de resultado positivo, cadastra o produto na Agência Nacional de Telecomunicações, que analisa a documentação e emite o certificado de homologação para que o produto ou serviço seja comercializado.
A Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac) reúne as empresas responsáveis pela avaliação da conformidade de produtos, sistemas e laboratórios de ensaio e calibração, acreditados pelo Inmetro e designados pela Anatel.
Imagem: Divulgação.