O Brasil estará entre os países que participarão do estudo global de soluções e serviços de segurança cibernética oferecidos por fornecedores em todo o mundo, conforme anunciado pela TGT Consult, empresa de pesquisa e consultoria em tecnologia. O estudo cobrirá o mercado global de segurança cibernética e examinará os seguintes países: EUA, Reino Unido, Alemanha, Suíça, França, Austrália e países nórdicos.
De acordo com o sócio-diretor da TGT Consult, Omar Tabach, “o Brasil passou a fazer parte da rota mundial da ISG Provider Lens Cybersecurity – Solutions & Services em função do aumento da relevância do tema no país, motivado por três grandes mudanças no mercado: LGPD, trabalho remoto e o aumento dos crimes cibernéticos.” O relatório tem previsão de lançamento para o início do segundo semestre.
Em entrevista, Paulo Brito, autor da pesquisa e analista líder da TGT Consult/ISG, adiantou que o ISG Provider Lens Cybersecurity – Solutions & Services trará uma análise aprofundada do setor, cobrindo uma variedade de serviços de segurança cibernética, incluindo gerenciamento de identidade e acesso e prevenção contra perda de dados, em um momento em que as empresas em todo o mundo enfrentam números crescentes de ameaças à segurança de invasores cada vez mais sofisticados.
Segundo Brito, desde 2020, as empresas vêm acelerando seus processos de digitalização. Com a obrigatoriedade do trabalho remoto, trazida pela pandemia do coronavírus, o risco cibernético se tornou cada vez mais amplo. “As empresas se viram em uma situação na qual o acesso ao sistema era necessário, mas a forma de acesso e os equipamentos utilizados não estavam aptos para fazer isso de forma segura. Muitas dessas companhias se refugiaram ou migraram para a nuvem, já que não havia mais acesso aos seus equipamentos e redes”, o que fez crescer a vulnerabilidade, conforme explica o analista.
Brito também afirma que a insegurança causada pela pandemia da Covid-19 resultou em empresas adquirindo diversas outras soluções, buscando por fornecedores com serviços mais completos – algo que motivou o crescimento em fusões e aquisições no setor. “Como resultado, muitas empresas cresceram em até dois dígitos. O que observamos bastante durante o estudo foi que houve, como consequência da mudança de consumo, o crescimento por meio de fusão e, principalmente, aquisição, como uma alternativa para obter mais recursos na oferta”, comenta. Tal comportamento também passou a ser motivado pela possibilidade de maior benefício financeiro aos clientes (contratantes), que podem focar seu orçamento em um único fornecedor que ofereça todos os serviços que ele precisa.
Outra reação do mercado, impulsionado pelo aumento da demanda, foi uma maior escassez de profissionais especializados. “Talvez esse seja o problema mais grave detectado no estudo e que merece atenção. Para se ter uma ideia, no mundo inteiro, há um déficit de cerca de três milhões de profissionais da área de cibersegurança”, alerta o executivo. Segundo ele, isso nunca vai ser suprido. Acredita-se que a Inteligência Artificial possa ser uma ferramenta para minimizar a escassez.
A edição 2021 do relatório ISG Provider Lens Cybersecurity – Solutions & Services contará com seis quadrantes, sendo um a mais que o do ano passado. No campo de empresas de soluções de cibersegurança estão: Gerenciamento de Identidade e Acesso (IAM); Prevenção Contra Vazamento/Perda de Dados (DLP) e Segurança de Dados; e o novo quadrante de Proteção, Detecção e Resposta Avançada a Ameaças de Endpoint (ETPDR Avançado). Já no campo de empresas de serviços de cibersegurança, permanecerão os mesmos quadrantes, sendo eles: Serviços Técnicos de Segurança; Serviços de Segurança Estratégica; e Serviços Gerenciados de Segurança.