Não é mais novidade que o mercado de tecnologia está em alta no Brasil e no mundo. Considerando as novas tecnologias que seguem surgindo e se consolidando, jovens e até mesmo profissionais formados em outras áreas (visando à transição de carreira) estão cada vez mais interessados em trabalhos nesse setor, seja pelos ganhos financeiros ou até mesmo pelos desafios da profissão.
Ainda assim, há um ponto de atenção no que diz respeito às dificuldades que os futuros profissionais encontrarão pelo caminho e, o mais complexo está presente no início da carreira: conquistar o primeiro emprego. Segundo dados do Relatório da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), o Brasil forma 53 mil profissionais de TI por ano e a demanda anual é de 159 mil profissionais. Com base nesse cenário, vale o questionamento: por que é tão difícil conquistar o primeiro emprego em tecnologia, ainda que a demanda seja o dobro dos profissionais formados?
Para o CTO e Diretor de Comunidades da Impulso, organização especializada no desenvolvimento de profissionais e na entrega de times de tecnologia sob demanda, Márcio Sena, o mercado busca por profissionais com experiência e em níveis pleno e sênior; por esse motivo, a entrada de profissionais juniores fica cada vez mais restrita no mercado. “Considerando a alta demanda, este é um momento que precisa ser planejado e estruturado com cautela, já que, além da alta concorrência, é fundamental entender as novidades e atualizações do mercado”, explica o executivo.
Pensando em contribuir e facilitar esse processo, Sena lista algumas dicas que podem ajudar. Confira abaixo:
- Formação
Com uma lacuna de talentos qualificados, é importante que o profissional leve em consideração uma formação generalista e que, em paralelo, aposte em cursos técnicos direcionados às áreas que serão consideradas para uma especialização. Aproveite o momento de construção de conhecimentos para explorar e executar novas funções. Além disso, é fundamental estar atento às novas tecnologias que estão surgindo no mercado, principalmente quanto à Inteligência Artificial, já que o tema é centro de discussões no mercado. “Na Impulso, podemos colaborar nesse sentido com o Impulser+, iniciativa pela qual acompanhamos e aceleramos a carreira de profissionais juniores em tecnologia por meio de mentorias e treinos de habilidades técnicas e comportamentais, entre outras ações. Tudo com objetivo de garantir uma orientação contínua a eles”, pontua Sena.
- Desenvolvimento de soft skills
Atualmente, além dos requisitos técnicos, as empresas estão interessadas nas chamadas soft skills dos candidatos. Por isso, tenha como prioridade o desenvolvimento de habilidades comportamentais, como: capacidade de comunicação e negociação, escuta ativa, trabalho em equipe, entendimento e resolução de conflitos, e gerenciamento de projetos, entre outras. Em um mercado concorrido, principalmente em início de carreira, as soft skills são tão importantes quanto as hard skills, seja para a entrevista com o recrutador ou no dia a dia corporativo.
- Entenda a importância do network e faça parte de comunidades tech
As comunidades são de extrema importância para se comunicar e se envolver com os profissionais que compartilham os mesmos desafios. Por isso, é importante buscar conexões e se mostrar presente e colaborativo em palestras ou reuniões, já que, por meio desses encontros, poderão surgir oportunidades para troca de experiências ou indicações para futuras oportunidades. “Na Impulso, por exemplo, há uma comunidade aberta ao público que conta com mais de 130 mil profissionais tech de todas as especialidades e senioridades. As pessoas podem se conectar e colaborar”, observa Márcio Sena. Na comunidade no Discord, acontecem diversas atividades diariamente de forma gratuita, para garantir o crescimento profissional dos membros.
- Peça feedbacks das entrevistas de emprego
Os feedbacks são fundamentais para avaliação de pontos positivos e aqueles a serem desenvolvidos para o processo de crescimento profissional. Por meio dessa troca de insights, será possível lapidar as habilidades do profissional – tanto comportamentais quanto técnicas. Por isso, quando o candidato participa de algum tipo de processo seletivo, é essencial que, no retorno de desempenho, ele questione o recrutador e peça um feedback transparente e assertivo sobre o que funcionou e o que não funcionou durante o papo.
Foto: Divulgação.