Os pagamentos por aproximação cresceram significativamente nos últimos anos. De acordo com um estudo proprietário da SumUp, empresa global de tecnologia e soluções financeiras, os pagamentos contactless, que eram inexistentes em 2019, tornaram-se 33,28% do volume de transações realizadas no ecossistema da fintech.
Segundo o gerente de Riscos e Prevenção a Fraudes da SumUp, Anderson Perilo, os pagamentos por aproximação são tão seguros quanto os pagamentos realizados por chip, por exemplo. “A tecnologia contactless permite que um código criptografado exclusivo seja usado em cada transação. Ou seja, esse código não pode ser utilizado em outros pagamentos, o que torna a clonagem dos dados do cartão mais difícil”, afirma.
Apesar da segurança desse tipo de pagamento, novos golpes, aplicados por quadrilhas cada vez mais ousadas, vêm ganhando espaço e atingindo empreendedores e consumidores finais.
Um dos golpes mais falados atualmente está relacionado a um vírus, desenvolvido no Brasil, chamado Prilex. “Nesse método de golpe, o malware é instalado em um computador conectado a uma maquininha de cartão. Quando um consumidor tenta fazer um pagamento por aproximação, a maquininha exibe uma mensagem, que informa que houve falha no pagamento e que o cliente deve fazer a transação com chip. Após a inserção do cartão na maquininha, o golpista consegue fazer a clonagem dos dados da transação”.
De acordo com Perilo, o vírus pode ser instalado tanto presencialmente por golpistas, que visitam os comerciantes disfarçados de técnicos de manutenção, quanto pelo acesso remoto aos computadores integrados ao sistema de pagamento. Por isso, os comerciantes devem sempre tomar cuidado com visitas inesperadas, evitar que terceiros atualizem seus equipamentos e não abrir e-mails de fontes desconhecidas, que podem resultar na instalação de vírus. “Já os consumidores devem ficar atentos sempre que houver uma mensagem de erro após tentar fazer um pagamento por aproximação. Havendo alguma insegurança, pedir para fazer a transação em outra maquininha, usar uma forma de pagamento alternativa ou, em último caso, desistir da compra. Porém, é importante mencionar que o comerciante muitas vezes também é vítima desse golpe”.
Os caixas eletrônicos também podem ser um local propício para golpes em pagamentos por aproximação. Outra fraude que vem ganhando força ocorre em agências bancárias que exigem que o cliente use seu cartão em um dispositivo na porta do banco. A porta de acesso aos caixas, em alguns casos, só abre se o cartão for utilizado.
Neste caso, criminosos estão usando estruturas parecidas com os dispositivos das portas. “No entanto, no golpe, o dispositivo é falso e tem uma maquininha escondida. Quando alguém está próximo ao banco, os golpistas configuram um pagamento na maquininha – eles normalmente estão próximos à entrada do banco e conseguem acessar a maquininha à distância. O cliente, por sua vez, aproxima o cartão para entrar no caixa eletrônico e faz uma transação sem saber”, diz Perilo.
Para evitar esse golpe, a dica do especialista é ficar atento às agências que usam esse mecanismo de abertura das portas por meio do cartão. “Além disso, é melhor evitar visitas a agências durante a noite. Se for necessário sacar dinheiro, por exemplo, é mais seguro usar caixas eletrônicos de shoppings e supermercados”.
Outras dicas de Perilo para que consumidores evitem transtornos e possíveis golpes são:
- Não utilize seu cartão em locais suspeitos ou maquininhas duvidosas;
- Antes de realizar a aproximação, confira os dados da transação e, principalmente, o valor;
- Configure seu cartão para que a senha ou algum outro método de autenticação seja solicitado para pagamentos de valores mais altos;
- Desabilite o uso de aproximação de seu cartão quando frequentar locais mais arriscados e com muitas pessoas, como em shows, por exemplo.
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