Nos últimos anos, os aplicativos se tornaram os protagonistas em termos de como trabalhamos, vivemos, nos comunicamos, compramos e nos divertimos. Porém , essa dinâmica atraiu cibercriminosos de todos os tipos e fez com que eles direcionassem suas prioridades e recursos ao ataque de aplicativos móveis.
Dados do relatório da Appdome, plataforma de automação de defesa cibernética para aplicativos, chamado “Expectativas do consumidor brasileiro sobre segurança de aplicativos móveis”, mostram que malware no dispositivo, fraude e hackers são alguns dos maiores medos apontados pelos brasileiros ao utiizarem apps.
O estudo levantou questões como: quais expectativas os consumidores brasileiros têm sobre a segurança de aplicativos móveis? Suas expectativas de segurança estão alinhadas com a realidade? Como os brasileiros transformam suas expectativas em ação se descobrem que um aplicativo móvel não é tão seguro quanto pensavam? E como é possível aproveitar a segurança para transformar usuários em defensores de uma marca?
Os consumidores brasileiros tornaram-se extremamente experientes quando se trata do cenário de ameaças de aplicativos móveis e esperam que as marcas em que confiam os protejam contra as ameaças móveis mais sofisticadas. Confira as principais preocupações dos brasileiros em relação à segurança dos aplicativos para dispositivos móveis:
Brasileiros temem devs que lançam aplicativos desprotegidos tanto quanto (ou mais do que) cavalos de Tróia e malware
Malwares, cavalos de Tróia e aplicativos móveis desprotegidos saltaram significativamente na lista das ameaças mais temidas pelos brasileiros. Quando perguntados sobre as “principais ameaças técnicas que eles mais temem”, trojans (ou aplicativos falsos), malware no dispositivo e aplicativos móveis desprotegidos são os três medos de crescimento mais rápido dos consumidores brasileiros.
Aplicativos de trojan (programa que se camufla para entrar no sistema e causa danos) saltou 120% e “desenvolvedores que não se importam com a minha segurança” 293,75% desde 2021. O malware móvel cresceu acentuadamente como a principal ameaça temida por 17,9% dos brasileiros, um aumento de 46,72% em relação ao ano passado. Isso mostra que, embora os brasileiros tenham expectativas extremamente altas de segurança em aplicativos móveis, eles temem que os desenvolvedores mobile não compartilhem o mesmo nível de preocupação.
Além disso, o estudo da Appdome mostra que a esmagadora maioria dos consumidores brasileiros (90,3%) se sentia confortável usando apps em detrimento aos canais web em 2022, 18% a mais do que os consumidores globais. Estudo divulgado pela Cupom Válido com dados do Statista sobre internautas no mundo revelou que o Brasil lidera o ranking de internautas da América Latina, com mais de 165 milhões de usuários e o celular é o aparelho preferido dos brasileiros para acessar a internet, com aproximadamente 99% utilizando seus dispositivos móveis para acessá-la.
Hacking e fraude
O segundo maior medo do consumidor brasileiro ao usar aplicativos é ser vítima de hackers e fraudes. Na pesquisa, 61,3% classificam o hacking como seu maior medo, 22,4% a mais do que os consumidores globais. Em seguida, quase metade (49,3%) dos consumidores brasileiros classificam a fraude como seu maior medo, em comparação com 55,7% globalmente.
Vazamentos de dados e ameaças MiTM
Curiosamente, embora as violações de dados e os ataques/espionagem MiTM (man-in-the-middle) fossem as principais ameaças na mente dos brasileiros, com 29,3% e 27,7%, respectivamente, ambas as respostas ficaram abaixo das médias de 2021 e das globais, que são de 31,2% e 28,4%.
Enquanto a proteção de dados ainda se mostra muito importante para os consumidores brasileiros, eles agora consideram essas proteções como ‘”apostas na mesa” e direcionaram suas preocupações para ameaças mais avançadas, como trojans, fraude, malware móvel e hacking. Desenvolvedores de aplicativos móveis e CISOs podem se beneficiar desses dados e usá-los para priorizar projetos de segurança para proteger contra as ameaças que seus clientes estão enfrentando, por exemplo.
“Os dados do relatório da Appdome representam a importância de enfatizar que o consumidor brasileiro espera segurança nos aplicativos que utiliza, principalmente no que diz respeito aos mais utilizados em sua rotina. Percebemos que mais usuários estão avaliando as marcas de acordo com a segurança que elas oferecem”, afirma o Chief Product Officer (CPO) da Appdome, Tom Chris Roeckl.
Confortáveis ao comprar on-line, apesar dos receios
Um dos momentos que mais gera dúvidas entre os consumidores ao usarem seus celulares é quando eles compram algo por meio de um aplicativo. Muitas vezes, as pessoas se perguntam se é seguro colocar seus números de cartão de crédito, CPF ou endereço, já que é comum ouvir falar sobre golpes e roubo de dados ao fazer compras on-line. Nesse sentido, o relatório analisa como os brasileiros se sentem à vontade para realizar compras e compartilhar informações pessoais em aplicativos móveis. Os resultados revelaram que, apesar de todos os receios, eles têm usado fortemente os aplicativos para fazer compras e ainda preferem usá-los ao invés dos sites e outros canais digitais.
Os dados apontaram que 35,9% dos consumidores brasileiros se sentem “extremamente confortáveis” ao realizar compras usando aplicativos móveis em 2022, um aumento expressivo de 54,7% frente ao ano passado e 58,1% acima da média global de 22,7%. Os dados mostram claramente que os brasileiros preferem aplicativos móveis a outros canais digitais quando se trata de fazer compras e, à medida que o uso de aplicativos móveis cresce, suas expectativas de segurança também aumentam aproximadamente na mesma proporção. Essa tendência é ainda mais dramática para os aplicativos que eles mais usam, bem como para os aplicativos que compartilham dados pessoais.
Por exemplo, 47,6% dos consumidores no Brasil classificaram os aplicativos bancários como o número um em frequência de uso e as expectativas de segurança também foram as mais altas, com 31,7% afirmando que esses apps devem ter os níveis mais altos de segurança. As e-wallets, ou carteiras digitais, seguiram o exemplo comp como aplicativo bastante usado (46%) e expectativas de segurança proporcionalmente altas (28,4%). Por fim, os aplicativos de redes sociais e relacionamentos apareceram em 60,1% como uso frequente e 27,9% para expectativas de segurança.
“Os consumidores brasileiros estão usando cada vez mais aplicativos móveis para transações bancárias, compras, pedidos de comida e todas as formas de lazer. No entanto, os orçamentos cibernéticos ainda são alocados desproporcionalmente aos canais da web, dos quais o consumidor saiu. A nova geração de profissionais cibernéticos reconheceu essa mudança e adotou uma abordagem de segurança ‘mobile-first’ para atender seus clientes”, conclui o CPO.
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