A Akamai Technologies, empresa de nuvem e cibersegurança, tem visibilidade de tráfego malicioso e benigno gerado por centenas de milhões de usuários globais porque fornece serviços de DNS (Sistema de Nomes de Domínio) e de firewall DNS para empresas e fornecedores de serviços de Internet ao redor do mundo.
Segundo uma pesquisa recente da Akamai, durante o primeiro trimestre de 2022, em uma análise de mais de sete trilhões de consultas de DNS por dia, cerca de um em cada 10 dispositivos monitorados se comunicaram, pelo menos uma vez, com domínios associados a malware, ransomware, phishing ou servidores de comando e controle (conhecido como C2).
As análises identificaram e bloquearam ameaças que incluíam malware, ransomware phishing e botnets. Indo mais a fundo nos dados sobre esses dispositivos, os especialistas observaram que 63% deles se comunicaram com domínios de malware ou ransomware; 31% se comunicaram com domínios de phishing; e 4% se comunicaram com domínios C2.
Segundo o gerente de marketing de indústrias da Akamai Technologies para América Latina, Helder Ferrão, DNS é um sistema que “codifica” os domínios dos sites em números de IP. “Assim que um usuário digita na barra do navegador o endereço do site que deseja acessar, um sistema de servidores e base de dados entra em ação. Esse sistema é o DNS. Toda internet tem seu funcionamento baseado em números de IP, ou seja, precisam de um DNS para transformar o que foi digitado em endereços IPs, e isso explica a popularidade desta modalidade de ataque. As grandes empresas são as maiores vítimas devido a quantidade de informações valiosas que possuem e processam”, comenta Ferrão.
Um exemplo recente de ataque DNS foi o realizado pela Gangue Lapsus$. Os hackers atacaram a empresa de autenticação Okta, resultando em uma violação de dados que expôs detalhes de 2,5% de seus clientes, tornando-os extremamente vulneráveis.
Os ataques de DNS são um dos mais populares no mundo do cibercrime e eles podem acontecer de diversas maneiras. Golpes relacionados a criptomoedas no ano passado, por exemplo, tiveram aumento significativo no número de ataques relacionados a criptografia usando diferentes técnicas de ataque, como ransomware, extorsão DDoS, malware e, principalmente, phishing. Em 2021, houve um aumento de 50% nos ataques de phishing que estavam abusando das agências de criptografia para roubar as credenciais dos consumidores.
O cybersquatting é um outro exemplo. Um golpe que tenta imitar o domínio (site) de uma marca para enganar as vítimas. Por exemplo, os invasores podem usar o domínio “banco.co” para imitar o original “banco.com” e fazer com que o site tenha a mesma aparência. De acordo com a pesquisa da Akamai, mais de 120 mil domínios potencialmente prejudiciais foram capturados usando técnicas de cybersquatting.
Por fim, os especialistas da Akamai detectaram mais de 10 mil amostras maliciosas de JavaScript usadas como arma para infecção por malware. Por ser uma das linguagens de programação mais usada para moldar e criar funcionalidade de sites, o JavaScript está sendo utilizado para roubar informações confidenciais, como números de cartão de crédito.
Como se proteger dos ataques DNS
Contar com mais de um provedor de serviços DNS é uma boa ideia, podendo ter de dois a três, ou até mais dependendo do caso. Dessa forma, usuários e empresas evitam depender de apenas uma infraestrutura para manter seus serviços disponíveis e em funcionamento.
Além disso, é importante monitorar as comunicações DNS em tempo real, para que seja possível identificar rapidamente alguma forma de atividade incomum e/ou maliciosa e, assim, tomar as medidas de segurança adequadas para lidar com a questão. É recomendável realizar verificações regulares visando combater vírus e malwares, além de manter todos os sistemas atualizados.
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