A digitalização dos meios de pagamento e serviços bancários trouxe muitas facilidades para o dia a dia dos brasileiros. O Pix, por exemplo, sistema de transações instantâneas capitaneado pelo Banco Central (BC), se tornou o segundo meio de pagamento mais utilizado no País, com 70% da preferência, perdendo apenas para o dinheiro em espécie (71%), segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae. Em terceiro lugar vem o cartão de débito (66%) e por último de crédito (57%).
No campo da fraude digital, é possível que um criminoso – utilizando um celular roubado – acesse as contas bancárias instaladas no dispositivo por meio da engenharia social. Mas como os ladrões entram no aplicativo do banco e como podemos nos proteger?
O diretor associado na área de cibersegurança da ICTS Protiviti, empresa especializada em soluções para gestão de riscos, compliance, proteção e privacidade de dados, Matheus Jacyntho; e o gerente de segurança pessoal e condominial na ICTS Security, empresa de origem israelense que atua com consultoria e gerenciamento de operações em segurança, Ricardo Gonçalves, comentam e dão dicas de segurança para os usuários de smartphones.
Os criminosos preferem roubar celulares que já estejam desbloqueados, mas caso o aparelho esteja bloqueado, eles costumam chutar algumas combinações populares. Ao desbloquear, muitas vítimas anotam dados de senha de cartão e de banco no próprio bloco de notas do dispositivo. Como alguns serviços também utilizam e-mail para recuperação de senha, e muitas vezes esse correio eletrônico está cadastrado no celular da vítima, o criminoso consegue realizar uma engenharia social contra a própria instituição, se passando pela vítima e solicitando transações ou trocas de senha.
Caso o ladrão precise de dados pessoais, como data de nascimento e CPF, muitas vezes eles podem ser encontrados no próprio celular da pessoa, seja em mensagens, e-mails ou nos dados de saúde, que algumas vezes ficam registrados.
Entre as dicas para tentar atrapalhar o acesso desses criminosos às contas bancárias, os executivos destacam:
– Tenha o IMEI, ou número de série, do dispositivo anotado em um local seguro, ou seja, fora do dispositivo. Para descobrir o número, digite *#06# no aparelho. Caso o celular seja roubado, é só solicitor à operadora o bloqueio usando o número do IMEI. Com isso, nenhum chip funcionará no aparelho. Além disso, faça um boletim de ocorrência, pois caso a polícia apreenda o telefone, ela saberá sua origem;
– Proteja seu CHIP ativando os códigos PIN e PUK do seu chip SIM. Ao ativar o código PIN, ele será solicitado quando o celular for reiniciado e nenhuma função do aparelho será ativada caso o código não esteja correto. E se o criminoso tentar adivinhar e errar o código por três vezes, o aparelho será bloqueado. Para desbloquear, é necessário saber o código PUK;
– Configure o apagamento (wipe) remoto do dispositivo;
– Não utilize o desbloqueio pelo reconhecimento facial para aplicativos de banco e corretoras;
– Configure seu app de banco para pedir não só a senha, mas o número da conta e da agência sempre que for aberto;
– Use senhas diferentes para cada aplicativo, principalmente os bancários;
– Não guarde fotos de senhas, documentos ou de cartões de crédito na galeria de fotos;
– Não utilize o recurso de “salvar senha” para aplicativos e portais críticos;
– Proteja aplicativos críticos com MFA (autenticador multifator). Desta maneira, os apps serão acessados com senha e um código gerado por um token, evitando que mesmo que a senha seja descoberta pelo criminoso, ele não terá o token.