A Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e Tecnologias Digitais (Brasscom) divulga os dados do “Relatório de Diversidade de Gênero no Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)”, com informações do primeiro semestre de 2024.
Gênero
Segundo o relatório, o setor de TIC consolida-se como referência na promoção da igualdade de gênero, impulsionando a presença feminina em cargos de liderança. Nos últimos cinco anos, a participação de mulheres em posições de diretoria e gerência no segmento cresceu 1,6 ponto percentual, alcançando 35,6%. Na área de operações de TIC e P&D o crescimento foi elevado com um aumento de 4,6 pontos percentuais, atingindo 28,1%. Esse avanço supera significativamente o mercado nacional, que registrou um aumento de 0,1 ponto percentual.
A questão a ser analisada aqui fica para a disparidade entre os salários dos homens em relação aos das mulheres. Na posição de analista de desenvolvimento de sistemas, o cargo com mais profissionais do setor TIC, a massa salarial média dos homens é 4,27 vezes superior à das mulheres. A média salarial dos homens chega a R$ 8.011, enquanto que a das mulheres é R$ 6.856, ou seja, uma diferença de 16,9% no cargo. Essa diferença da disparidade salarial é explicada pela predominância de homens no setor: do total de profissionais que atuam na área TIC, 61% são homens, enquanto 39% são mulheres. Quando analisado todos os cargos, percebe-se que os homens ganham, em média, cerca de 37,1% a mais do que as mulheres.
No que diz à escolaridade, nota-se que as mulheres que ocupam cargos de liderança dentro do setor, possuem níveis de qualificação superiores aos dos homens, mesmo nas mesmas funções. Enquanto 10% dos homens em cargo de diretoria e gerencia possuem pós-graduação, mestrado ou doutorado, esse percentual é de 12% entre as mulheres. Já nos cargos de especialistas e coordenadores, 52% dos homens têm ensino superior completo, comparado a 62% das mulheres.
Étnico racial
O setor TIC registrou avanços promissores na inclusão de profissionais negros, com um crescimento de 6,5% nas contratações durante o período analisado. Destaca-se, nesse cenário positivo, o aumento de 7,3% na contratação de mulheres negras, superando a marca de 6% observada na contratação de homens negros.
Segundo o relatório, o maior crescimento na representatividade de profissionais negros ocorreu nas posições de base hierárquica, com um aumento de 2% entre auxiliares e assistentes, e 1,5% entre técnicos.
PCD
No que diz respeito aos profissionais PCD, o relatório revela uma representatividade de 0,8% no setor TIC, o equivalente a 9.902 profissionais. Desse total, 41.9% são mulheres. Pessoas com deficiência físicas respondem por 47,7% das vagas, ficando deficiência visual com 19,5%; auditiva com 19,4%; intelectual com 11,6% e múltiplas, com 1,8%.
“O setor de TIC está mostrando que a diversidade é um motor de inovação e progresso. Os avanços demonstrados no relatório, especialmente a crescente presença de mulheres em cargos de liderança e a maior contratação de negros no setor de TIC, são notícias positivas, mas ainda há muito, muito mesmo, a ser feito nessas frentes e em várias outras, quando falamos em aumento da diversidade no setor. O Plano Brasil Digital 2030+, que a Brasscom organizou sob a liderança do Conselhão, tem como um dos pilares a Inclusão Social e Digital, com ações para aumentar a inclusão das minorias na transformação digital.” declara o presidente executivo da Brasscom, Affonso Nina.
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