Com o objetivo de ampliar as oportunidades de inclusão para pessoas com deficiência visual por meio da tecnologia, o LEAD – Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Dell Technologies no Brasil – desenvolveu um jogo virtual, voltado a exemplificar a dificuldade que pessoas cegas ou com baixa visão enfrentam durante a navegação on-line. Batizado de Empathy Wal, o game permite simular a experiência e tem como meta conscientizar desenvolvedores e empresas sobre a importância de pensar na acessibilidade no momento de criar um site.
Ao iniciar o Empathy Wal, é possível escolher a jornada simulando a navegação sendo uma pessoa de baixa visão ou cega. No primeiro caso, as maiores barreiras de navegação estão relacionadas ao tamanho dos elementos em tela e aos elementos com pouco contraste entre as cores de fundo e o texto, por exemplo. Já no caso da pessoa cega, as grandes dificuldades estão em sites que realizam atualização automática, o que prejudica o funcionamento do leitor de tela. Isso acontece porque a cada atualização, a leitura volta para o início do conteúdo. Outros desafios são referentes a ausência de audiodescrição ou texto alternativo em imagens e a sons que reproduzem automaticamente, competindo com os leitores de tela.
“Criamos o jogo para ilustrar de forma lúdica como a acessibilidade é importante para incluir as pessoas com deficiência visual na sociedade e no mercado de trabalho”, afirma o líder do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Dell Technologies, Eder Soares. “Entendendo esse problema, no ano passado, nós do LEAD – desenvolvemos a WAL (Website Accessibility Layer), voltada especificamente a tornar as páginas web acessíveis para pessoas com deficiência visual. E hoje, além do Brasil, a solução está sendo testada em sete países da América Latina, inclusive para apoiar os colaboradores que estão em home office neste período de distanciamento social”, ressalta.
A Website Accessibility Layer (WAL) conta com mais de 20 recursos que permitem aos usuários com deficiência visual acessarem sistemas web como Salesforce e SharePoint, por exemplo. A solução auxilia também pessoas com daltonismo, com mudança de cores e contrastes, e dislexia, com opções de fontes que auxiliam a leitura.
O LEAD foi fundado em Fortaleza, em 2011, por meio de parceria com grandes instituições de ensino e pesquisa do Ceará. O Centro é formado por uma equipe multidisciplinar com mais de 300 pessoas. Para garantir a qualidade e a eficácia das soluções desenvolvidas, 51 colaboradores do LEAD possuem alguma deficiência e participam da discussão para gerar os requisitos, assim como para validar as soluções desenvolvidas.
Entre os projetos está a iniciativa de acessibilidade na fábrica da Dell Technologies em Hortolândia (SP), que permitiu empregar cerca de 80 pessoas com deficiência na linha de produção, graças a soluções tecnológicas inovadoras desenvolvidas pelo LEAD. Em uma delas, profissionais que fazem o teste de áudio dos computadores que saem da fábrica têm deficiência auditiva e conseguem executar as tarefas graças a um aplicativo inédito, batizado de MAIA, que converte as ondas sonoras em imagens.
Ainda para inclusão nas fábricas, o LEAD criou o ARTRADE, uma solução de realidade aumentada, que facilita o trabalho de pessoas com deficiência auditiva e até ajuda a manter os padrões de produtividade de uma pessoa sem deficiência; e o STEVE, um exoesqueleto que permite que pessoas com deficiência motora ou com restrições nos membros inferiores, se levantem para desempenhar certas funções dentro das fábricas.