À medida que a medicina avança a partir das inovações tecnológicas, novas técnicas e procedimentos trazem uma perspectiva positiva e segura tanto aos pacientes que necessitam ser submetidos a uma intervenção cirúrgica, quanto aos cirurgiões, que passam a contar com instrumentos cada vez mais colaborativos e precisos. De acordo com o Surgical Robots Market, um recente estudo realizado pela Research and Markets, o mercado global de robôs cirúrgicos deve superar os US$ 14 bilhões até 2027, números que confirmam uma das maiores tendências na área da saúde: as intervenções com auxílio de robôs.
No Brasil, especialmente no universo das cirurgias ortopédicas, um novo sistema robótico para artroplastias do joelho tem despertado o entusiasmo de muitos especialistas. Trazido ao país há um ano pela multinacional americana Zimmer Biomet, líder global em saúde musculoesquelética, o ROSA Knee System tem demonstrado resultados promissores de uma tecnologia que veio para ficar e se expandir em todo território nacional.
Segundo Dr. Thiago Ildefonso, especialista em ortopedia e traumatologia do Instituto Orizonti (MG), o que mais chama a atenção em sistemas como o ROSA é a tecnologia colaborativa, que não substitui o cirurgião e suas decisões, mas agrega precisão no corte e no posicionamento das próteses de joelho, eliminando possíveis erros humanos.
“A chegada de dispositivos robóticos em diversas áreas da medicina pavimentou um pouco o caminho para a aceitação dos pacientes. Já é do conhecimento de boa parte da população de que existem instrumentos robóticos que não estão lá para substituir o trabalho médico. E é nosso papel dizer o benefício almejado com o uso da tecnologia, mostrando para eles que aquilo que foi planejado, será entregue com uma chance de sucesso ainda maior. Além de nenhuma cirurgia ter tido qualquer tipo de complicação, a sensação é de uma reabilitação mais rápida dos pacientes”, declara.
Uma percepção muito próxima e positiva também foi feita por Dr. Fabiano Kupczik, doutor em ciências pela USP, mestre em cirurgia pela PUC-PR e médico pela UFPR. O especialista enxerga na medicina robótica mais precisão e cirurgias menos agressivas. “Existe ainda um pouco de receio no Brasil em realizar uma cirurgia de colocação de próteses ortopédicas, principalmente nos joelhos. Mas os benefícios que a medicina robótica proporciona tem encorajado, cada vez mais, um número maior de pacientes a se submeter ao procedimento, em busca de uma alternativa para cura da artrose. E o feedback está sendo bem positivo, os pacientes têm tido menos dores e estão caminhando mais precocemente” destaca o especialista.
Na opinião de Dr. Moisés Cohen, professor titular de ortopedia, traumatologia e medicina do esporte da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), os sistemas robóticos como o ROSA Knee são o futuro das cirurgias e, em breve, estarão disponíveis para todos, inclusive, em hospitais públicos. “Pacientes se recuperando mais rápido, com menos tempo de internação e menos uso de medicamentos demonstram a viabilidade dessa tecnologia a partir da economia que gera para a saúde. Está havendo uma cultura, uma mudança em que o próprio paciente procura pela cirurgia robótica. A internet oferece muita informação para todos, eles já questionam e querem saber como funciona. Ficamos felizes que esse trabalho de informação esteja rendendo frutos”, avalia.
O ROSA Knee System já está presente em oito hospitais e seis estados brasileiros – São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio de Janeiro. Próximo de ultrapassar a marca de 300 cirurgias realizadas com sucesso, o sistema robótico centrado no cirurgião segue em expansão e chegará a novos estados em 2022.
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